AS VISÕES DOS SANTOS E AS ALMAS DO PURGATÓRIO


O ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; (2Mc 12,39-45). Na passagem de Mc 3,29, também há uma imagem nítida do Purgatório:”Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). É uma referência clara ao que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os “pouco fiéis” haverão de ser purificados. 
São Gregório Magno  (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador,
segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte. VAMOS AGORA A ALGUMAS  VISÕES DOS SANTOS DA IGREJA COM O PURGATÓRIO:


SANTA MARGARIDA MARIA ALCOQUE (1647 — 1690) 


Escreveu na sua autobiografia (edição de 1920, pg 98): “Estava diante do Santíssimo Sacramento e, de repente, apareceu à minha frente uma pessoa toda em fogo. O seu estado lamentável fez-me compre­ender claramente que se encontrava no purgatório e verti abundantes lágrimas. Disse-me que era a alma do monge beneditino que tinha ouvido a minha con­fissão e me tinha permitido ir comungar. Por esse motivo Deus tinha-lhe concedido o favor de poder dirigir-se-me, para que lhe adoçasse a pena. Pediu­-me que oferecesse por ele, durante três meses todas as minhas obras e o meu sofrimento. No fim de três meses, vi-o inundado de alegria e de esplendor: ia gozar a felicidade eterna. Agrade­ceu-me dizendo que velaria por mim junto de Deus”. 


SÃO JOÃO BOSCO (1815 — 1888) 


perdeu em 1839 o seu mais íntimo amigo de infância, Luigi Comollo. “Os dois amigos tinha feito a recíproca promessa, um pouco temerária, de que o primeiro que morresse viria descansar o sobrevivente sobre a sua sorte no outro mundo. Na noite seguinte ao enterro de Luigi, sentiu-se no dormitório ocupado por vinte seminaristas, um estrondo impressionante. Brilhavam relâmpagos de fogo e depois extinguiam-se. A casa tremia. Uma voz gritou: “Estou salvo!” Os seminaristas ficaram apavorados e nenhum ousou mexer-se até despontar a aurora. Uma história incrivel! Mas houve testemu­nhas que o viram pessoalmente” von Matt, Don Bos­co, p.p. 64-65 NZN—Verlag, Zurique. 


SANTA GERTRUDES:


 abadessa de Hefia, autora da célebre obra “O arauto do amor divino”, falecida por volta de 1302, viu um dia a alma de um religioso defunto que lhe fez compreender, por ges­tos, que continuava afastada do seu divino Esposo. Gertrudes perguntou-lhe a causa. Respondeu esta alma: “É que não estou ainda perfeitamente purifi­cada das manchas deixadas pelos meus pecados. Se Ele me concedesse que entrasse livremente no céu, neste estado, eu não consentiria porque, por muito brilhante que pareça aos teus olhos, sei que ainda não sou uma esposa digna do meu Mestre”. 


rezemos pelos nossos mortos: 


OREMOS : “Ó Deus, Criador e Redentor de todos os fiéis, concedei às almas de vossos servos e servas (N.N.) o perdão total de seus pecados. Fazei que as nossas piedosas súplicas lhes obtenham a misericórdia que sempre almejaram. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém.” “Ó Deus, a Quem unicamente compete dar o remédio após a morte, fazei, Vos pedimos, que as almas de vossos servos e servas (N.N.) livres dos contágios adquiridos neste mundo entrem na posse da eterna alegria. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém” V. - Daí-lhes, Senhor, o descanço eterno. R. - E entre os esplendores da luz perpétua, descansem em paz. Amém 

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