"Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas,
para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados:
belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição,
porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam,
teria sido vão e supérfluo rezar por eles.
Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa
aguarda os que morrem piedosamente,
era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos
fossem livres de suas faltas" (II Mac 12,43-46)
As almas dos justos que no instante da morte estão agravadas por pecados veniais ou por penas temporais devidas pelo pecado vão ao purgatório.O purgatório é estado de purificação.O II Concílio de Leão (1274), sob Gregório X (1271-1276), afirma:
"As almas que partiram deste mundo em caridade com Deus, com verdadeiro arrependimento de seus pecados, antes de ter satisfeito com verdadeiros frutos de penitência por seus pecados de atos e omissão, são purificadas
depois da morte com as penas do purgatório..." (Dz. 464).
I- Nas Sagradas Escrituras:
"As almas que partiram deste mundo em caridade com Deus, com verdadeiro arrependimento de seus pecados, antes de ter satisfeito com verdadeiros frutos de penitência por seus pecados de atos e omissão, são purificadas
depois da morte com as penas do purgatório..." (Dz. 464).
I- Nas Sagradas Escrituras:
Ensinam indiretamente a existência do purgatório concedendo a possibilidade da purificação na vida futura.
Os judeus oraram pelos caídos, aos quais se haviam encontrado objetos consagrados aos ídolos, afim de que o Senhor perdoasse seus pecados: "Por isso mandou fazer este sacrifício expiatório em favor dos mortos para que ficassem liberados do pecado..." (2Mc 12,46).
"Todo o que falar palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado. Mas o que disser contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado neste século nem no futuro". (Mt 12,32)
Para São Gregório Magno, esta última frase indica que as culpas podem ser perdoadas neste mundo e também no futuro.A existência do Purgatório se prova especulativamente pela Santidade e Justiça de Deus.Esta exige que apenas as almas completamente purificada sejam exibidas no céu; Sua Justiça reclama que sejam pagos os restos de penas pendentes, e por outro lado, proíbe que as almas unidas em caridade com Deus, sejam atiradas ao inferno. Por isso se admite um estado intermediário que purifique e de duração limitada.
“Acomoda-te sem demora com teu adversário, enquanto estás em caminho (enquanto vives) com ele, para que não suceda que este adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao ministro, e sejas posto na prisão. Pois na verdade te digo: Não sairás dali até que pagues o último ceitil”.(Mt 5, 25-26)
Note-se que: "aqui não se trata do inferno, donde não se pode sair; nem do céu, lugar de gozo, e não de expiação; mas do purgatório, único lugar onde se deve expiar “até pagar o último ceitil” das faltas leves cometidas nesta vida terrena".
“Quanto ao fundamento, ninguém pode por outro fundamento senão o que foi posto: Cristo Jesus. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, com feno, ou com palha, manifestar-se-á a obra de cada um. O dia (do juízo) demonstra-lo-á. Será revelado “pelo fogo” e o “fogo provará” o que vale o trabalho de cada um. Se a obra construída subsistir, o construtor receberá a recompensa. Se a obra de alguém se extinguir, sofrerá a perda. Ele mesmo, porém, “será salvo, mas passando de qualquer maneira através do fogo”.(I Cor 3, 11-15)
Nota-se: "O Apóstolo afirma, pois, que alguns, ainda que construindo sua vida sobre Cristo, entretanto a constroem com obras imperfeitas (palha, feno). Serão salvos, mas deverão passar pelo fogo. É o que ensina a Igreja Católica: muitos se salvam, mas devido às suas imperfeições deverão “passar pelo fogo” antes de entrarem no céu".
“Nela (na Jerusalém celeste) não entrará coisa alguma contaminada ou quem cometa abominação e mentira, mas somente aqueles que estão escritos no livro da vida do Cordeiro”.(Ap 21,27)
Nota-se: "Ora, por mais puro que seja o homem neste mundo, sempre ele terá máculas contraídas em sua natureza viciada, já que “o justo cai sete vezes”. Condená-lo ao inferno por ter pequenas fraquezas não o quer a bondade de Deus. Dar-lhe logo o céu, obsta-o a infinita pureza do Senhor.Logo, é necessária uma expiação ou purgação na outra vida, num estado denominado Purgatório".
II- No Catecismo
No Catecismo de São Pio X: Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã, aparece algumas passagens que fala sobre o purgatório.Vamos a elas:
146º- Onde se encontram os membros da Igreja?
Os membros da Igreja encontram-se parte no Céu, e formam a Igreja triunfante; parte no Purgatório, e formam a Igreja padecente; parte na terra, e formam a Igreja militante.
222º- A comunhão dos Santos estende-se também ao Céu e ao Purgatório ?
Sim, a comunhão dos Santos estende-se também ao Céu e ao Purgatório, porque a caridade une as três igrejas - triunfante, padecente e militante -; e os Santos rogam a Deus por nós e pelas almas do Purgatório, e nós damos honra e glória aos Santos, e podemos aliviar as almas do Purgatório, aplicando, em sufrágio delas, Missas, esmolas, indulgências e outras boas obras.
277º- Por quem devemos orar?
Devemos orar por todos; isto é, por nós mesmos pelos nossos parentes, superiores, benfeitores, amigos e inimigos; pela conversão dos pobres pecadores, daqueles que estão fora da verdadeira Igreja, e pelas benditas almas do Purgatório.
657º- Para que fins se oferece o Santo Sacrifício da Missa?
Oferece-se a Deus o Santo Sacrifício da Missa para quatro fins: 1º para honrá-Lo como convém, e sob este ponto de vista o sacrifício é latrêutico;
2º para Lhe dar graças pelos seus benefícios, e sob este ponto de vista o sacrifício é eucarístico;
3º para aplacá-Lo, dar-Lhe a devida satisfação pelos nossos pecados, para sufragar as almas do Purgatório, e sob este ponto de vista o sacrifício é propiciatório;
4º para alcançar todas as graças que nos são necessárias, e sob este ponto de vista o sacrifício é impetratório.
778º- Porque na confissão se impõe uma penitência?
Impõe-se uma penitência porque de ordinário, depois da absolvição sacramental que perdoa a culpa e a pena eterna, resta uma pena temporal a pagar neste mundo ou no Purgatório.
787º- Vão logo para o Céu os que morrem depois de ter recebido a absolvição, mas antes de terem satisfeito plenamente à justiça de Deus?
Não; eles vão para o Purgatório, para ali satisfazerem à justiça de Deus e se purificarem inteiramente.
788º- Podem as almas que estão no Purgatório ser aliviadas por nós nas suas penas?
Sim, as almas que estão no Purgatório podem ser aliviadas com orações, com esmolas, com todas as demais obras boas e com as indulgências, mas sobretudo com o Santo Sacrifício da Missa.
798º- Que é a indulgência plenária?
A indulgência plenária é a que perdoa toda a pena temporal devida pelos nossos pecados. Por isso, se alguém morresse depois de ter recebido esta indulgência, iria logo para o céu, inteiramente isento das penas do Purgatório.
803º- Podem as indulgências aplicar-se também às almas do Purgatório?
Sim, as indulgências podem aplicar-se também às almas do Purgatório quando quem as concede declara que se lhes podem aplicar.
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