Os SANTOS sempre fizeram da vida de Nosso SENHOR o principal objetivo de seu aprendizado; eles meditaram Suas virtudes e sofrimentos e desta forma alcançaram a perfeição cristã.
São Bernardo começou por este exercício e sempre perseverou nele. Disse ele: “Ao início de minha conversão, fiz um ramalhete de mirra, formado pelas dores do meu SALVADOR e o coloquei sobre meu coração, pensando nas chicotadas, nos espinhos e pregos de Sua paixão. Utilizei de toda a minha força mental a fim de meditar nestes mistérios cada dia.”
Esta era também uma prática dos santos mártires; sabemos quão admiravelmente eles triunfaram dos mais cruéis tormentos. São Bernardo diz que a maravilhosa perseverança dos mártires vinha somente de uma fonte: a constante meditação nos sofrimentos de JESUS CRISTO.
Os mártires foram atletas de CRISTO, Seus campeões; enquanto que seu sangue jorrava para fora e seus corpos eram triturados com cruéis tormentos, suas generosas almas foram escondidas nos ferimentos de Nosso SENHOR. Estas chagas os fizeram invencíveis.
Durante toda sua vida, a principal preocupação da Virgem Santíssima foi a meditação nas virtudes e sofrimentos de seu FILHO. Quando ela ouviu os Anjos cantarem seus hinos de alegria no Seu Nascimento e quando ela viu os pastores O adorarem no estábulo, seu Coração e mente encheram-se de admiração e ela meditava sobre estas maravilhas. Ela comparou a grandeza do Verbo Encarnado à sua profunda humildade e à forma que Ele se fez pequeno; ela meditava Nele em Sua manjedoura coberta com feno e depois em Seu
Trono no Céu à direita de seu PAI Eterno. Comparava o poder de DEUS com a fragilidade de JESUS Bebê, e Sua sabedoria com Sua simplicidade.
Um dia Nossa Senhora disse a Santa Brígida: “Sempre que meditava na beleza, simplicidade e sabedoria de meu FILHO, meu Coração se enchia de alegria, e sempre que pensava que Suas mãos e pés seriam perfurados com cruéis pregos, pranteava amargamente e meu Coração se partia de dor e tristeza.”
Após a Ascensão do Nosso SENHOR, a Santíssima Virgem passou o resto de sua vida visitando os lugares que tinha sido santificados com Sua presença e tormentos. Quando estava naqueles lugares, costumava meditar sobre o excesso de sua caridade e os rigores de sua cruel Paixão.
Santa Maria Madalena nada mais fez que os exercícios religiosos deste tipo durante os últimos trinta anos de sua vida enquanto vivia rezando no isolamento em Sainte Baume. (1).
(1) (N.T. – Santa Maria Madalena, de acordo com a tradição, passou os seus últimos trinta anos de sua vida em Provence, no lugar que veio a se chamar Sainte Baume (“Santo Bálsamo”). Peregrinos vão a Igreja Dominicana de Sainte Baume venerar a relíquia de sua cabeça que é preservada lá (Encycloapedia Catholica).
São Gerônimo nos relata que os Santos Locais eram largamente visitados pelos fiéis nos primeiros séculos da Igreja. Eles vinham à Terra Santa de todos os cantos da cristandade a fim de gravar em seus corações o grande amor e lembrança de seu SALVADOR através da visitação aos lugares e locais que Ele fez santos pelo seu Nascimento, Sua obra, Seu sofrimento e Sua morte.
Todos os cristãos têm só uma fé e adoram a um e ao mesmo DEUS, todos almejam a mesma felicidade no Céu. Possuem um só Mediador que é JESUS CRISTO e logo todos devem imitar seu Modelo divino e, a fim de o conseguir, devem meditar nos mistérios de Sua vida, de sua glória e em suas virtudes.
É um grande erro pensar que só os sacerdotes e religiosos e aqueles que se separam da agitação do Mundo devam meditar sobre as verdades de nossa Fé e os mistérios da vida de JESUS CRISTO. Se os sacerdotes e religiosos têm esta obrigação de meditar sobre as grandes verdades de nossa santa religião a fim de viver dignamente sua vocação, a mesma obrigação, portanto, é devida aos leigos, porque diariamente encontram-se com os perigos espirituais que podem levá-los a perder sua alma. Então, eles devem armar-se com a meditação frequente sobre a vida, virtude e sofrimentos de Nosso Senhor JESUS CRISTO que são tão belamente contidos nos quinze mistérios do Santo Rosário.
28º Capitulo - Extraído do Livro "O Segredo do Rosário" São Luiz M. Grignion de Montfort
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