Um
argumento pró-aborto típico se apoia na premissa de que o bebê dentro
do útero de sua mãe ataca a integridade física dela. O bebê em
desenvolvimento é visto nesse ponto de vista como um intruso, um
parasita, uma ameaça à autonomia da mãe. De acordo com essa perspectiva,
a mulher grávida é vista como estando sob ocupação. O único jeito de
ela continuar a exercer seu interesse na integridade física, diz esse
argumento, é ser libertada por meio da eliminação e expulsão do invasor.
Mas
a ciência pinta um quadro vastamente diferente sobre o relacionamento
real entre um bebê no útero e sua mãe, mostrando que, longe de ser um
parasita, o bebê em gestação pode curar sua mãe pelo resto da vida dela,
pois as células benéficas do bebê passam para o corpo da mãe durante a
gravidez.
A
ciência vem estudando o fenômeno do microquimerismo das células fetais
por mais de 30 anos, depois que pesquisadores da Universidade de
Stanford ficaram chocados em 1979 ao descobrir o sangue de uma mãe
grávida contendo células com cromossomos sexuais Y. Considerando que as
mulheres só têm cromossomos X, eles concluíram que as células só podiam ter entrado no corpo dela a partir do bebê do sexo masculino que ela estava carregando.
Valendo-se
de estudos de biologia, genética reprodutiva e epigenética, Pinctott
fez um esboço em seu livro do que a ciência aprendeu desde a descoberta
de Stanford.
“Durante
a gravidez”, escreveu ela, “as células dão um jeito de atravessar a
placenta em ambas as direções. As células do feto entram na sua mãe, e
as células da mãe entram no feto”.
Os
cientistas descobriram, disse ela, que as células fetais de um bebê
aparecem mais vezes nos seios saudáveis de uma mãe e menos vezes numa
mulher que tem câncer no seio (43 versus 14 por cento).
Pinctott
indicou que à medida que a quantidade de células fetais no corpo de uma
mãe aumentam, a atividade de doenças de autoimunidade tais como artrite
reumatoide e esclerose múltipla diminuem. Ela chamou a evidência de
“tentadora” de que as células do bebê em gestação podem oferecer para a
mãe mais resistência contra certas doenças.
Certo
tipo de células fetais que entra no corpo da mãe é as células-tronco do
bebê. As células-tronco têm o que Pinctott chama de “propriedades
mágicas” em que elas podem “se transformar” em outros tipos de células
por meio de um processo chamado diferenciação. As células-tronco fetais
do bebê podem realmente se tornar as próprias células da mãe que
completam seu fígado, coração ou cérebro.
No
que qualquer especialista em ética poderia declarar como legítima
“terapia de células-tronco embrionárias”, as células-tronco fetais do
bebê migram para os lugares machucados da mãe e se oferecem como remédio
de cura, se tornando parte do próprio corpo da mãe. Pinctott escreve
que tais células foram encontradas em “tireoides e fígados enfermos e se
transformaram em células de tireoide e fígado respectivamente”.
Pinctott chama a evidência de “impressionante” de que as células fetais de um bebê “reparam e rejuvenescem as mães”.
O
especialista em genética Dr. Kirby Johnson, do Centro Médico Tufts de
Boston, e a professora Carol Artlett, pesquisadora da Universidade
Thomas Jefferson da Filadélfia, apoiam as ideias de Pinctott. A pesquisa
deles mostra que quando uma mulher engravida, ela adquire um exército
de células protetoras — o que se poderia chamar de um presente vindo de
seu bebê — que permanece com ela durante décadas, talvez até o fim da
vida dela.
Johnson e Artlett conversaram com Robert Krulwich da Rádio Pública Nacional numa entrevista de 2006.
Na pesquisa deles, Johnson descobriu que uma colher de chá de sangue de
uma mãe grávida continha “dezenas, talvez até centenas de células… do
bebê”. A ciência tem mostrado que no final da gravidez de uma mãe, até 6
por cento do DNA no plasma de sangue dela vem do bebê.
“Achávamos
que elas [as células fetais no corpo da mãe] seriam atacadas sem
demora. Achávamos que seriam eliminadas em questão de horas, ou mesmo
dias. O que descobrimos é que esse não é o caso, de forma alguma”, disse
Johnson.
Artlett
apontou que ainda que uma mulher tenha um aborto espontâneo ou
deliberadamente aborte seu bebê, as células do bebê em gestação, apesar
disso, permanecem com a mãe, até mesmo por décadas.
Johnson
e Artlett defendem a hipótese de que as células fetais do bebê têm um
propósito benéfico, de não prejudicar a mãe, mas protegê-la, defendê-la e
curá-la pelo resto da vida dela, especialmente quando ela fica
gravemente enferma.
“Há muita evidência agora começando a se tornar conhecida de que essas células podem realmente ser curadoras”, disse Artlett.
Durante
a entrevista, Johnson contou o caso de uma mulher que foi internada num
hospital de Boston com sintomas de hepatite. Ela era usuária de drogas
intravenosas com histórico de cinco gravidezes: um nascimento, dois
abortos espontâneos e dois abortos provocados. Johnson especulou que ela
estaria carregando muitas células fetais.
No
processo de examiná-la, a equipe médica realizou uma biópsia do fígado.
Uma amostra do fígado dela foi enviada para um laboratório para ver se
alguma célula fetal havia se ajuntado à área enferma do fígado dela. O
que eles descobriram foi de surpreender.
“Encontramos
centenas… e centenas de células fetais”, disse Johnson, acrescentando
que eles viram “literalmente coberturas de células, áreas inteiras que
pareciam normais”.
Os
cientistas estão ainda tentando apurar o que faz com que as células do
bebê trabalhem no corpo da mãe dessa forma sinergética.
Pinctott
fica tentando imaginar quantas pessoas deixaram seu DNA no corpo das
mães. “Qualquer bebê que tenhamos concebido”, conclui ela.
Pinctott
vê algo “belo” nisso. “Muito tempo depois do parto, nós mães
continuamos a levar nossos filhos, pelo menos em certo sentido. Nossos
bebês se tornam parte de nós, exatamente como nós somos parte deles. As
barreiras foram derrubas; os limites não são mais fixados”.
Talvez não seja nada poético dizer junto com Pinctott que um bebê vive uma existência inteira no coração e mente da mãe.
Veja também este artigo original em inglês: Fonte: http://www.lifesitenews.com/news/unborn-child-just-a-parasite-cutting-edge-science-shows-fetal-cells-heal-mo
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